sexta-feira, 25 de março de 2011

Perdidos na estrada - mais adentro...

Novamente eu e meu amigo, Lankar, estávamos andando por lugares estranhos, passamos por pontes de pedra preta cobertas de lodo sobre rios verde escuros, as cenas eram assustadoras, tínhamos medo de a ponte cair com nós abaixo, o que por sorte não aconteceu. Andamos muitas vezes sobre a chuva que caía forte trazendo raios e trovões deixando-nos a mercê dos fogos celestes, por vezes muitos deles caíram próximo a nós e mais uma vez tivemos sorte de continuarmos de pé.
Certo dia Lankar enfiou o pé direito em uma cova de tatu, acidentalmente é claro, foi difícil removê-lo dali, não tínhamos ferramentas para cavar buracos, tive uma idéia que pareceu assustadora na hora mas agradou ao meu amigo depois de horas em vão tentando sair da armadilha. A idéia consistia em esperar que chovesse, assim seria fácil fazer movimentos com a perna para tirá-la do buraco, no entanto o clima não estava para chuva e poderíamos ficar ali por meses, eu já estava quase me arrependendo de dizer tal coisa quando Lankar deu um grito pavoroso, alguma coisa havia cutucado seu pé, pensei, mas foi pior que isso, algo estava arrastando sua perna para as profundezas do buraco e ele estava desesperado, agarrei-lhe nas mãos e dei um puxão para o meu lado, mas fiquei com medo de arrancar o braço ou a perna do meu amigo nessa disputa assustadora. Não haveria outro jeito, tivemos que jogar no buraco toda a nossa água, o que rendeu muita lama, o suficiente para tirar meu amigo daquela situação complicada mesmo com a "coisa" tentando o puxar para dentro da cova. Quando Lankar me disse que a textura da "coisa" que o estava puxando era de uma mão humana, viscosa e quente, não tive dúvidas que o melhor a se fazer era sair dali correndo sem olhar para trás.

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