Alguns de vocês devem estar se perguntando se não houve uma história de amor em uma de minhas aventuras. Digo-vos que sim, embora gostaria que não fosse verdade...
Após o incidente com Lankar estive em uma taverna em uma noite chuvosa. A música estava alta, alguns tocando violas e rabecas e muitos cantando e dançando, tanto homens quanto mulheres, muitos bebendo, gritando e outros caindo de bêbado ao chão. Até que de repente fizeram a trombeta soar, todos se calaram e então eu vi, pela escada desceu a mulher mais linda que jamais ousei ver, me senti hipnotizado por sua beleza, meu sangue ferveu e meu corpo estremeceu...
Mas não foi por paixão ou algo do gênero, meu corpo estremeceu não por ver a mulher mais bonita do mundo, mas por sentir em minha pele os seus dentes afiados rasgando a minha carne, expondo meus ossos e jorrando meu sangue no chão. Que diabo de dor, que terrível maldição, muitos tentaram me ajudar mas descobriram todos ser em vão.
Um tempo depois descobri que a chuva havia parado e que na taverna não estava mais, mas sim no meio do mato e já era noite, nublada e fria. A mulher já não estava mais ali, mas havia outros em minha companhia, embora tristemente descobri que já estavam sem vida, uns sem olhos por de certo não querendo mais ver o que viram e outros totalmente rasgados e furados como se quisessem expulsar de seus corpos algo que entrou sem ser convidado.
Procurei imediatamente descobrir se eu havia perdido algo mais além de sangue, carne e pele. Em um pequeno instante de alegria me vi fugindo dali para nunca mais voltar, no entanto minha felicidade se foi ao ver em minha frente o rosto daquela tentação cruel com um sorriso quente em seus lábios que veio e me beijou... molhado e doce e então percebi que tinha gosto de sangue e o pior, sangue meu, aquela besta bonita estava me comendo pela boca, suportando a dor encontrei meu punhal encravado em algum lugar qualquer ao meu alcance e o enterrei no coração da maldita aberração.
Mais tarde estive na taverna embora estando receoso da noite anterior preferi não mostrar meu rosto o que me permitiu ouvir uma conversa que só então me fez lembrar tristemente da noite na taverna...
A trombeta soou e a prostituta mais linda desceu ao salão para realizar seu trabalho, eu a puxei para meu colo antes mesmo dela ser anunciada e roubei-lhe um beijo, alguém acertou uma garrafa de vinho em minha cabeça, passei minha mão direita sob a saia da donzela e toquei sutilmente o objetivo, pressionei a mulher contra a parede e soltei a fera na direção antes apontada. A dama suspirou e o pessoal na taverna grunhiu de raiva, alguns me morderam, me esfaquearam mas não foram tão fortes quanto foi a mordida da prostituta que chegou a arrancar carne de mim. Carreguei-a para o mato, para longe daqueles bêbados ladrões e cafetões. Os que conseguiram me acompanhar não tiveram a sorte de retornar, em minha fúria achando possuir a garota por direito e não por dinheiro saquei meu punhal e enfrentei violentamente os cafetões, depois de tantas investidas e arranhões a alguns arranquei-lhes os olhos a outros rasguei e furei e então a pobre garota gritando de desespero eu pude consumir sem muito esforço para o meu próprio deleite, ela que no outro dia tentou escapar me beijando.